segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Homenagem ao meu irmão Hugo

Em setembro de 2013 ainda fui a tempo de ver a homenagem
ao meu irmão Hugo, organizada por este querido amigo,
o poeta, escritor e pintor Vítor Meireles.
Foi em São Miguel, nos Açores.
Desde essa altura que quero mostrar-vos este evento,
mas só hoje, na véspera de embarcar para a minha Ilha,
é que surgiu esta oportunidade.
Nst!!! Oportunidade?!...
( palavra que encontrei, de momento, para justificar o meu desleixo!...)
Eu sei que o meu amigo, ainda primo, me vai desculpar!
Começo por algumas aguarelas pintadas pelo meu irmão Hugo.
Eu tenho reproduções fotográficas do tamanho das originais,
mas entretanto, fiquei surpreendida e imensamente contente
com a oferta destes originais, que, depois de pintados,
eram oferecidos ao amigo.
 Por isso e por muito mais... o Meireles é um grande amigo!

 Olhando para estas obras do meu irmão pensei na alegria
que ele poderia ter tido ao saber que duas das sobrinhas-netas
 herdaram os seus genes: 
uma na E. Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha
e a outra na Fac. de Belas-Artes da Universidade do Porto.
Termino com um poema da autoria do meu irmão.
O título, provavelmente, "Quando eu voltar"... 
traduz claramente a esperança do jovem alferes que, 
ao escrever o poema,
aguardava o regresso aos braços da sua amada.
Mas isso não se concretizou, infelizmente!
Pouco tempo depois
acabou por ser alvejado por um morteiro que, em Angola, 
a 11 de dezembro de 1966, o derrubou mortalmente
deixando também ensanguentados os corações de quem o amava.

Amanhã viajo, de novo, para este lugar
onde não vou encontrar o que há cinco anos encontrei.
De todas as vezes que lá fui, a primeira foi um choque:
faltava a minha mãe e a luz que irradiava...
e as estórias que me contava, dando-lhes um ar cor-de-rosa!

Mas irei abraçar outra geração que me fez crescer, de novo, 
a vontade de voltar a ser feliz lá também,
onde eu sei que, os que lá vivem agora,
absorvem toda a magia da Casa de Família,
para eles um castelo... onde correm e brincam,
imaginando que os bisavós os observam e lhes sorriem...
 de algures... onde possam estar... na eternidade! 
UM ABRAÇO