terça-feira, 5 de agosto de 2014

O meu pai

Faz hoje 49 anos que o meu pai, 
Hugo Nunes da Silva, 
faleceu aos 53 anos. Não é idade para se morrer!...
Éramos estes seis, felizes, a vida corria tão bem até então.
Na fotografia não parecemos alegres. Não!...
O meu pai tinha uma pancreatite aguda, 
 naquela altura, dificilmente detetada e tratada.
Também pairava sobre nós todos a terrível guerra do ultramar, que obrigava todos os jovens de 21 anos a combater "os povos inimigos".
Quando soube que o filho Hugo fora chamado para combater em Angola, adoeceu. 
O meu pai perdeu a alegria que fazia brilhar a pessoa de estatura pequena, mas de tamanha grandeza de carácter que o caracterizava.
Na véspera do meu irmão embarcar para aquela guerra inútil,
o meu pai chamou a casa Nóbrega, um excelente fotógrafo de S. Miguel,
para captar a imagem que vos mostro, como se adivinhasse a tragédia que iria acontecer:
o meu pai morreu três dias depois de termos tirado esta fotografia.
No ano seguinte o meu irmão foi morto em Angola, dois dias antes de completar 23 anos.
Na foto, da esqª. para a dirª.: em cima ,o Luís e o Hugo;
a meio o José e a Maria Teresa (eu);
em baixo a mãe, Teresa Amélia, e o pai Hugo.
O José, vítima de edema pulmonar, faleceu com 45 anos, em 1995. 
Dos seis restam só dois: o Luís e eu,
dos outros fica uma grande e eterna saudade!...
Desta família existem cinco netos e oito bisnetos, 
que darão continuidade aos genes de inteligência e bom humor dos seus progenitores.
Do meu pai, além do genético, também foi transmitido o nome 
HUGO
em quatro dos seus descendentes.
Sei que quem o conheceu e com ele conviveu 
se lembra deste ilustre advogado, inteligente e repentista bem humorado
e eu lembro-o como o pai extremoso, que eu tive o privilégio de ter.


13 comentários:

  1. Querida amiga: uma bela mas triste história de família. Emocionei-me com estas mortes prematuras, a do seu pai, ainda tão novo e a do seu irmão, na terrível, brutal e inútil guerra do Ultramar. Pensei nesse jovem, da idade do meu filho, cuja vida foi ceifada tão precocemente. Sobreviver a estes grandes desgostos não é fácil,mas felizmente ficam as lembranças, quer em fotos, quer em "heranças genéticas",não é?
    Bjs
    Márcia

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  2. que homenagem linda, beijos de seus primos do Brasil

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  3. Querida Teresinha:
    A emoção desse relato me deixou sem palavras. Nada posso dizer, só que estamos aqui para o que Deus mandar...e se Ele mandou que fosse assim, por razões que só Ele sabe... que poderemos nós objetar...
    Recebe o meu abraço junto com o meu sentimento, querida amiga.
    Teresa
    teresa_0001@hotmail.com

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  4. Para aliviar os desgostos , Deus tornou-te uma Força da Natureza .
    Em ti existe tudo do melhor , que havia , nos que partiram.
    Sinto-me feliz , pela nossa amizade.
    Bj

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  5. Beau reportage merçi de partager avec nous amitié bisous Marie-Claire

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  6. Querida, Teresinha. Fiquei sem palavras.Com a tragédia pela qual sua família passou. Justa, merecida e linda homenagem!!!

    http://reginasantos09.blogspot.com.br/2014/08/saudades.html?m=1

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  7. Teresinha...um relato de vida emocionante e carinhoso...
    numa merecida homenagem!
    Bj amigo!

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  8. Teresinha, fiquei emocionada.
    Infelizmente, tambem tenho passado por alguns desgostos com a perda de entes queridos ainda jovens.
    Gostei muito da forma simples e singela como exprimiu a sua dor e homenageou os que ja partiram.
    Parabens pela linda homenagem e muita força para aguentar as desditas que a vida nos traz.
    Um abraço de solidariedade
    Maria Edite

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  9. Ninguem está a espera da morte, ainda mais assim tão novo.
    O meu irmão tambem foi para Angola combater mas felizmente nem um arranhão ele teve na Graça de Deus.
    Essa foto deve de te deixar feliz e triste ao mesmo tempo, imagino...
    Beijinhos e boa semana

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  10. OI TERESINHA!
    VIM AQUI POR ACASO E ME DEPARO COM ESTE EMOCIONANTE POST DO QUAL NÃO PODERIA SAIR SEM DEIXAR UM COMENTÁRIO.
    A SAUDADE É UM SENTIMENTO DOLORIDO, MAS, É ELA QUEM NÃO DEIXA O TEMPO, QUE É TÃO IMPLACÁVEL COM ALGUMAS COISAS, NOS PERMITIR ESQUECER E É MANTENDO VIVAS NOSSAS LEMBRANÇAS QUE CONTINUAMOS CULTUANDO E AMANDO OS FAMILIARES QUE JÁ SE FORAM MAS, CONTINUAM VIVOS EM NÓS E EM NOSSA DESCENDÊNCIA.
    ABRÇS http://zilanicelia.blogspot.com.br/

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  11. Quanta ternura em família tão linda.

    Comoveste-me, Teresinha.

    Muitas felicidades!

    Beijinhos

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