quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Pequena crónica: "Foi um penar encontrar a Márcia!"

Foi um penar para encontrar a Márcia!
Leia-se com a pronúncia micaelense:
Fou um pená pra incontrá a Márcia!
Depois dos telefonemas a combinar o nosso encontro muitos outros houve para encontrar a casa da querida amiga Márcia!

Primeiro: eu nunca pensei que aqui, na minha pequena ilha (ainda assim, a maior dos dois arquipélagos portugueses!) existissem tantas “grandes superfícies” comerciais da mesma empresa, com o mesmo nome!

Segundo: a cidade está a crescer de tal maneira que eu não conheço imensos espaços como praças, ruas, rotundas… sim, aqui também pegou a mania das rotundas!
E foi por causa das rotundas que eu me perdi por entre a chuva e o nevoeiro, feita D. Sebastião, mas, ao contrário do nosso desaparecido rei, eu apenas não encontrava o caminho certo!...

Mais uns telefonemas e… nada! Era logo ali, já estava perto, ia-me dizendo com paciência a Márcia que eu, em alta-voz do telemóvel, ia escutando atentamente, mas sem encontrar a desejada rua. Contornei as mesmas rotundas várias vezes, até por um parque de estacionamento coberto ia entrando… mas meti marcha-atrás a tempo de evitar o escuro labirinto da tal “grande superfície”! Guiar sob chuva e ler placas de ruas ao mesmo tempo é impossível… para mim! Além disso eu não resido aqui há tantos anos e muitas coisas mudaram.

Isto tudo até que a Márcia, perante a minha incapacidade, pediu ao marido que me viesse buscar! Estacionei num ponto estratégico da minha atribulada gincana automobilística e aguardei a chegada de ajuda! Em curtos minutos apareceu o meu salvador, marido da Márcia, que me guiou até à sua casa… logo ali a poucos metros do lugar onde eu estacionara!

Depois foi aquele abraço apertado da nossa amiga Márcia, tão doce e simpática, por entre as risadas que o meu atribulado trajeto provocou.
Perante tamanha confusão minha, parecendo uma cena dum filme cómico, eu disse que tal barafunda iria dar um belo post no blog!
Em várias tentativas de sugestões dum título a dar a esta hilariante história, diz o simpático e bem-disposto marido da Márcia: isso foi um penar para encontrar a Márcia!, com o sotaque acentuado característico da minha bela ilha.
E assim ficou!

Não conseguirei aqui descrever a emoção que senti perto desta querida amiga e do seu gentil marido. Ambas conversámos muito… mas muito mais haverá ainda para conversar. Isto é, da próxima será a Márcia a falar, porque desta vez praticamente fui eu que mais falei!...

Vi os seus lindos quadros bordados a ponto de cruz, os lindos presépios e enfeites de Natal e as cortinas pintadas com motivos desta época.
Comi umas especialidades daquelas que a Márcia nos mostra no seu blog e bebi o excelente licor de leite que fez (melhor do que o meu!...). Podem crer que tudo o que esta nossa amiga publica é de comer e repetir com imenso agrado!

Vou mostrar as fotos que tirámos juntas:
 E com este lindo presépio desejo a todos 

Boas Festas e Feliz Ano Novo
UM ABRAÇO

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Uns por aqui, outros por ali

Lagoa das Sete Cidades, uma das maravilhas da minha ilha!
Quando venho à terra que me viu nascer, a minha bela ilha açoriana, onde agora vivem, além do irmão e muitos primos, a minha descendente mais nova, que resolveu mudar-se para cá, de malas e bagagens, com a família, acontece que fico sem saber onde permanecer mais tempo na escolha dos vários lugares por onde estão todos espalhados!

Ora estou por aqui, ora estou por ali! Se estou por aqui estou contente, mas, mesmo sabendo quem vou encontrar em casa, logo à chegada sinto a mágoa da falta da pessoa que, anteriormente, era a razão da minha vinda, a minha saudosa mãe! 

Vejo os parentes que me são muito queridos e as pessoas minhas amigas, de infância e juventude, que me transportam a fases também muito interessantes da minha vida. Relembro factos passados que, sem a ajuda dessas pessoas amigas, já permaneceriam no meu esquecimento! Mato saudades!...

Mas faltam os que estão por ali… pois o mar separa-nos e leva-me a ter de usar um meio de transporte que, agora, já não me deixa com aquele pânico de outrora, mas faz o meu coração bater desenfreado quando voo!
Fazem-me falta os barcos de passageiros como aqueles que me transportavam noutros tempos, o “Carvalho Araújo” e depois o “Funchal”, na travessia deste pedacinho do Atlântico que separa a minha linda ilha do nosso belo Continente e de que, hoje em dia, ainda me trazem à memória os dias diferentes, divertidos, passados no mar alto, nas férias grandes, com os meus pais e irmãos.

Na fase tardia da vida que agora vivo, penso que estou a sonhar: com netos entre os quatro e os vinte anos, vou ser avó pela oitava vez! Pensava que a família iria ficar como estava: um clã muito interessante, de gente feliz, bonita e divertida, apesar de ter havido quem, para grande surpresa de todos, optasse por sair, causando um choque no início, mas superado logo depois, deixando agora apenas indiferença nos que a ela gostam de pertencer.

Agora a família vai ter mais uma pessoa que nos irá alegrar muito a todos: o bebé que está prestes a ver o sol que, por estes lados, ora aparece, ora se esconde por entre as nuvens e a ventania de temperatura amena neste último mês de outono!

Logo que abra os olhinhos, que imagino grandes e lindos, o nosso menino verá a vovó e o vovô que não podiam faltar a tão belo, por certo derradeiro, evento deste género.

E na minha próxima publicação já terei novidades, quiçá alguma foto do meu netinho!
        Estes são uma das razões que me trouxe até aqui... 
e que vão ter o mano...
 ... que ainda está assim!!!

E termino com a imagem duma tarde cinzenta, de ventania, chuva...
mas de temperatura amena.
Um dia destes vou dar um mergulho... não nestas ondas:
 o mar está a 22º... e o sol aparece às vezes!



 UM ABRAÇO

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Rumo ao sul... parando em Montemor-o-Novo

Resolvemos voltar ao Algarve para uma semana diferente.
Como habitualmente, a viagem foi programada para duas etapas,
tanto na ida, como no regresso, por ser longa,
por não termos pressa e por gostarmos de ver lugares interessantes.
Vamos correndo as capelinhas, mais propriamente os castelos...
e quando as estradas secundárias são boas fugimos da autoestrada.
 Há pouco trânsito e assim é que se consegue conhecer melhor
o nosso belo país, as suas gentes e a sua gastronomia.
Passado o rio Tejo, seguimos por uma das estradas secundárias.
A meta desta etapa era Montemor-o-Novo, com marcação prévia
do hotel rural onde iríamos pernoitar, de que mostro a entrada:
Mostrarei o hotel em próxima publicação... a não perder!
Estrada fora... com pouco trânsito e piso aceitável, 
chegámos à Barragem de Montargil.
Sempre que encontro água apetece-me parar! 
E parámos aqui.
Especialmente para quem não conhece mostro um sobreiro,
 árvore da cortiça, uma grande riqueza de Portugal,
o maior produtor mundial desta matéria-prima das rolhas e,
recentemente, doutros objectos como calçado, carteiras, vestuário... 
O sobreiro é uma árvore que começa a produzir cortiça
cerca de vinte anos depois da sua plantação. 
Sendo submetida a rega contínua poderá iniciar-se 
o descortiçamento mais cedo.
 A cortiça é extraída do sobreiro de sete em sete anos.
Continuando chegámos a Mora, onde vimos esta anta-capela.
Sobre a anta megalítica foi construída a capela no século XVII.
 Este é o interior da anta-capela de S. Dinis.
 Uma oliveira centenária sobrevive imponente nesta pequena rotunda.
 Aqui o Alentejo rural, mostrando outra das suas riquezas:
as oliveiras.
 Este é o pormenor das azeitonas que eu tanto aprecio
e que são outra riqueza do nosso país, cultivando-se de norte a sul.
 A seguir estamos a chegar a Arraiolos, terra alentejana que dá o nome
aos belíssimos tapetes únicos que lá são bordados!
Como inúmeras localidades portuguesas, 
Arraiolos também possui um castelo mourisco 
em bom estado de conservação.
 Finalmente tínhamos chegado ao lugar onde iríamos
fazer a paragem da nossa primeira etapa de viagem:
Montemor-o-Novo, avistando-se daqui o seu castelo medieval.
 Embora menos bem conservado, ainda possui os imponentes cubelos
que reforçam e apoiam as altas muralhas.
Como já referi, ficámos a pernoitar no Hotel Rural da Ameira,
onde fomos recebidos e acolhidos com muita simpatia,
conforto, num espaço muito bonito e silencioso.
Agraciados com um ceia simples mas aconchegante,
ficámos bastante agradados com a excelente surpresa.
Um gesto tão simples e tão bem-vindo,
nunca antes usufruído em lugares deste género,
acalentando o estômago e deixando uma ótima recordação
do espaço a revisitar. 
Espero que tenham gostado!
Visitem o Alentejo! É tão lindo e sossegado!

UM ABRAÇO


quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Visita à casa de Camilo Castelo Branco

Estando no Minho, tão perto de Seide, não podia deixar de vir aqui
e mostrar-vos o que vi.
Desde a entrada, percorrendo toda a casa, até sair... 
senti o gosto pelo que é antigo!
Não vou fazer relato do que fui vendo nem vou dar explicações.
Estas encontram-se na net.
Também não consigo descrever o cheiro a antigo...
fazendo lembrar o cheiro da minha casa de S. Miguel, nos Açores.
O cheiro dos livros com mais de cem anos... 
alguns muito mais antigos!...
Vejam como é linda por dentro!
Noutra encarnação quero viver aqui!...
Tem tudo a ver comigo!...
Em S. Miguel também há um canapé assim, 
mas a precisar de restauro!...
Em cima do meu piano tenho também duas jarras idênticas
e um candeeiro muito parecido.
Juro que não sabia que o piano da Ana Plácido tinha esta decoração!
A entrada é gratuita e a visita é guiada.
No final fiquei surpreendida e até um pouco constrangida.
Havia livros e objetos à venda, tipo canecas e bugigangas,
com decoração relacionada com Camilo e Ana Plácido.
O quê? 
Deslumbrada com o que tinha acabado de ver
ia comprar uma caneca daquelas com o rosto de Camilo?
Ia comprar livros... se tenho a obra completa do escritor?
Envergonhados, ficámo-nos por uns simples marcadores de livros.
Aconselho uma visita e este lugar de muito interesse.
Eu gostei imenso!
UM ABRAÇO